COMPLEXO ESCOLAR PRIVADO FREI JOÃO DOMINGOS

A Figura do Frei João Domingos

Frei João Domingos (1933 – 2010)

O frei João Domingos (1933 – 2010) foi/é uma figura incontornável da boa presença portuguesa em Angola onde, desde 1982, viveu e realizou uma obra notável. Angola, em plena guerra civil, foi para ele uma opção definitiva.

Em 1981, deslocou-se a Angola para estudar as condições de uma futura e inédita presença dominicana masculina. Com Frei José Nunes e Frei Gil Filipe foi, em 1982, para Waku-Kungo (Diocese de Novo Redondo, ou Sumbe). Este grupo foi fervorosamente acolhido pelo seu Bispo de então, D. Zacarias Kamuenho.

A formação dos cristãos e sobretudo dos animadores das comunidades, na promoção da justiça, na partilha dos bens e na reconciliação entre angolanos, tornou-se a grande prioridade na sua missão.

Esse êxito evangelizador fez com que os padres Dominicanos fossem convidados pelos Bispos da CEAST, para dirigir o Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA) e mais tarde o ISUP. Coube ao Frei João Domingos, em 1987, fundar a comunidade de S. Tomás de Aquino, na Paróquia de Nª Sª do Carmo em Luanda que se transformou no centro de novas iniciativas dos Dominicanos.

Reconhecendo em Frei João Domingos a “graça da pregação” – sem ela, a eloquência não passa de propaganda – os Bispos de Angola não lhe pediram, apenas, que pregasse aos outros e fosse professor de Teologia no Seminário Maior de Luanda, mas também, por várias vezes, quiseram que fosse ele o seu pregador.

Frei João Domingos Criou ainda, no ICRA, um segundo curso, o de Educadores Sociais; lançou depois, o Instituto Superior João Paulo II com um curso universitário de Serviço Social. Foi co-fundador do Centro Cultural Mosaiko, empreendimento dos padres Dominicanos de Angola – na diversidade dos seus povos e culturas – que se tem distinguido por um trabalho de formação e organização, em todo o país, de grupos para a defesa dos Direitos Humanos.

Na sua intervenção multifacetada, estavam sempre unidas a dimensão espiritual e a reflexão sobre a complexidade da realidade angolana, nas suas diferentes fases dos últimos trinta anos. Por isso mesmo, a sua voz tornou-se cada vez mais escutada e respeitada, não apenas nos meios eclesiais, mas também a nível da sociedade civil. Com a celebração Eucarística televisiva – a que Frei João Domingos presidia nos segundos Domingos de cada mês – as suas intervenções acutilantes eram comentadas em toda a Angola.

Os seres humanos não nascem feitos. A vida do Frei João Domingos passou por várias fases, por várias conversões. A morte levou-o quando já tinha dado tudo a Deus e ao povo angolano.